No passado mês de Abril escrevi um texto que levantou comentários e discussões como não tenho memória. O polémico assunto que abordei não foi sexo, religião nem o tão sagrado futebol. Limitei-me a falar de amor.
Após esse momento, e se duvidas ainda tivesse foram completamente dissipadas, percebi que nada toca tanto as pessoas como esta ferida eternamente aberta. Que mesmo quando sara, deixa cicatrizes que morrerão connosco.
Colocaram-me muitas questões sobre tal dissertação. Lamento ter desiludido muita gente por não ter dado respostas que queriam ouvir. A única coisa que posso dizer, tal como referi no passado, é o seguinte.
Continuo a acreditar em tudo aquilo que escrevi. Letra por letra, palavra por palavra. Nem de outra forma poderia ser. Não se fala de forma leviana de tais assuntos. O amor é uma coisa muito séria e só quem nunca amou pode achar o contrário. Continuo a achar que o amor é o sentido de todas as coisas. Se algum rumo adequado este mundo tem, será certamente com o leme orientado nessa direcção.
Agora que é fodido, isso é sem dúvida nenhuma. Por vezes é desesperante, outra certeza. Mas é assim que são as coisas. Já o eram antes de cá andarmos e continuarão a ser, muito para além da nossa existência.
Sei que muitos aspiram a que o relato da sua vida seja como o argumento de uma comédia romântica. Garanto-vos de antemão que nunca o será. E ainda bem. Quem é que gostaria que a sua biografia não fosse mais do que um filme de merda? Daqueles bons de domingo à tarde, em que ainda mal nos sentámos no sofá e já sabemos tudo o que vai acontecer. Com príncipes e princesas, músicas lamechas e abraços na praia ao final da tarde, minutos antes de começar o telejornal. Diálogos de chacha e personagens flácidas a coabitarem em conjunto.
É bem mais preferível viver no mundo real. Mesmo que seja intoxicado pelas emoções do amor. A levitar mas acordado. É que sonhar é muito bonito mas não chega aos calcanhares da sensação de ter ao nosso lado quem realmente queremos e gostamos. E acima de tudo, de quem nos só quer é bem. Pois amar e ser amado é o supremo da existência.