Março de 2006 - Janeiro de 2009

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Dez 08

Este deprimente “espectáculo”, e todas as suas derivações, são a mais degradante expressão natalícia. O que é que querem provar com aquela merda? Que estão ajudar os doentes? Eu garanto-vos já que não estão. Ninguém vai ficar melhor por estar fechado num barracão com mais quinhentas pessoas enfermas, a ouvir música de merda, uma tarde inteira.

Não passa de uma feira de vaidades, onde se fazem playbacks interpretados por artistas decadentes, anunciados por apresentadores que têm contratos para cumprir e famílias para alimentar. E quem assiste? A decadência personificada. Aquilo nem se devia chamar Natal dos Hospitais. O programa devia-se chamar “Gozar com quem sofre”. Não basta um gajo estar doente e ainda tem de passar um dia inteiro num estúdio gelado a ver a fina-flor do entulho da comunidade artística portuguesa. Ali a apodrecer numa maca, a ver a Ágata vestida de brilhantes. Pelo menos é o que parece. Um gajo depois de estar três meses numa urgência, a snifar éter e a tomar drunfos de manhã à noite, já vê tudo e nada ao mesmo tempo. E eu sei do que estou a falar. Toda a gente que conheço que esteve internado, a única coisa que queriam era ir-se embora dali. Quanto mais passar ali o Natal.

E é uma praga que se alastra. É pior que os gafanhotos e as baratas. Há vinte anos quando só existia a RTP era uma merda à mesma mas ao menos só havia uma edição. Agora parece que os estúdios de televisão se mudaram para as urgências dos hospitais públicos. Hospitais e não só. Depois começaram a aparecer o Natal das prisões, o Natal das maternidades, o Natal das casas de repouso, o Natal dos bombeiros do Cacém e o Natal no caralho que os foda. É natais em todo o lado, a única coisa que têm em comum é o facto de se passarem num sítio amplo em que está montes de gente completamente fodida da vida. Porque raio não fazem estas festas de Natal numa agência de modelos ou num bar de strip? Ao menos aí ainda tinha algum interesse. Eu quero lá estar o dia todo pregado à televisão a ver pessoas que para o ano não estão cá de certeza. Haja respeito. 

 

publicado por Velho Jarreta às 14:16

comentário:
Realmente é das coisas que mais odiei nesta época.
Aproveitarem-se de desgraçados que não conseguem fugir dali e se for preciso entopem os gajos de drogas para apenas conseguírem bater palmas e não se babarem muito...
Metade das pessoas obrigadas a assistir a tal coisa ficam no mínimo mais 6 meses internados numa ala psiquiátrica para recuperar dos êxitos que lhe são impingidos e poder voltar para a sociedade. E depende dos artistas, porque há deles que causam lesões permanentes...
Piri a 22 de Dezembro de 2008 às 14:20

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