Ontem à noite deparei-me com um catálogo da Worten. Devo admitir que fiquei fascinado com a quantidade e variedade de geringonças que existem na secção de electrodomésticos. De entre os mais fascinantes, devo destacar um aspirador que trabalha sozinho. Uma espécie de caixa de bolachas, que me faz lembrar uma empregada que tive em tempos. Com a vantagem deste não roubar talheres de prata nem mamar aguardentes velhas à socapa.
Mas o artigo mais fascinante era uma fritadeira que, com apenas uma colher de sopa de óleo, fritava um quilo de batatas. Não me perguntem como, que, nem eu nem ninguém chegámos a perceber. O mais provável é que frite uma batata de cada vez com a mesma colher de óleo. Ao estilo das roulottes à beira da estrada.
O que eu pergunto é o seguinte. Em vez de perderem tempo com merdas sem jeito nenhum, porque não concentrar esforços em desenvolver o mais desejado de todos os electrodomésticos? A máquina de fazer broches. Como é possível termos chegado aos dias de hoje sem esse mito existir? Vai fazer quarenta anos que levaram o homem à Lua e não há forma de o levarem a um orgasmo com o auxílio de uma máquina que abocanhe mangálhos?
Onde estão as prioridades deste mundo? Eu quero lá bem saber de comunicações à escala global. Se for preciso falar com alguém, mando um pombo-correio ou faço sinais de fumo. Desde que tenha broches de manhã à noite eu estou satisfeito. De que me serve uma cozinha toda equipada se o micro-ondas e a torradeira eléctrica só me vão fazer dói-dóis na pila?
Vamos lá a pensar nisso, senhores engenheiros do coiso.