É comum nesta altura fazerem-se balanços, análises e estabelecer projectos para o novo ano. Dentro dessa perspectiva de mudança ocorreu-me algo que é muito poucas vezes tido em conta. E que é brilhantemente referido numa das minhas músicas favoritas.
Em 2001 os Tool editam “Lateralus”. É, na minha opinião, o melhor álbum dos últimos dez anos. A primeira faixa desse mesmo álbum intitula-se “The Grudge”. Esta palavra de som estranho, que poucos sabem a sua tradução, tem um significado conhecido por muitos. Rancor.
As origens dos ressentimentos de cada um podem ser as mais variadas. O seu impacto é que acaba por ser igual. Consome-nos por dentro. Prende-nos como uma corrente, atando as nossas acções e atrofiando-nos os pensamentos, sem nos deixar prosseguir. Uma carga negativa do tamanho do mundo.
Mas porque não nos limitamos a seguir em frente e arrumar o passado a um canto? Se já sabemos que não o podemos mudar, qual o sentido de vivermos preso a ele? Porque ao mesmo tempo, mantém-nos num lugar conhecido e confortável. Arriscarmos a mudar o que quer que seja envolve um risco enorme e uma grande coragem pessoal. E é bem mais difícil do que aquilo que possamos pensar. Assim, agarrados ao rancor, temos sempre uma desculpa para todos os males do mundo. E jamais a responsabilidade será nossa.
Numa altura em que todos encaramos o novo ano como uma possível mudança, seja em que área for, é sempre bom lembrar que enquanto o ressentimento se apoderar das nossas vidas jamais seguiremos em frente. Agora a opção está meramente em nós próprios. Podes ficar a lamuriar-te eternamente do passado ou viver no presente. A opção é tua. És tu o líder do teu próprio destino. Se queres realmente mudar alguma coisa, liberta-te dos grilhões do passado. Sai desse cadeirão confortável onde sempre vives-te e arrisca conhecer um novo mundo.
Para espantar com os recalcamentos e o remoer do passado, deixo-vos com os Tool. Esta música não tem videoclip nem existem imagens de actuações ao vivo com a qualidade que os meus leitores merecem. Felizmente alguém fez este óptimo trabalho, ao juntar imagens do filme “
Calculate what we will or will not tolerate.
Desperate to control all and everything.
Unable to forgive your scarlet lettermen.
Clutch it like a cornerstone. Otherwise it all comes down.
Justify denials and grip 'em to the lonesome end.
Clutch it like a cornerstone. Otherwise it all comes down.
Terrified of being wrong. Ultimatum prison cell.
Saturn ascends, choose one or ten. Hang on or be humbled again.
Clutch it like a cornerstone. Otherwise it all comes down.
Justify denials and grip 'em to the lonesome end.
Saturn ascends, comes round again.
Saturn ascends, the one, the ten. Ignorant to the damage done.
Wear the grudge like a crown of negativity.
Calculate what we will or will not tolerate.
Desperate to control all and everything.
Unable to forgive your scarlet lettermen.
Wear your grudge like a crown. Desperate to control.
Unable to forgive. And we're sinking deeper.
Defining, confining, controlling, and we're sinking deeper.
Saturn comes back around to show you everything
Let's you choose what you will not see and then
Drags you down like a stone or lifts you up again
Spits you out like a child, light and innocent.
Saturn comes back around. Lifts you up like a child or
Drags you down like a stone
To consume you till you choose to let this go.
Give away the stone. Let the oceans take and
Transmutate this cold and fated anchor.
Give away the stone. Let the waters kiss and
Transmutate these leaden grudges into gold.
Let go.