Como é Natal ocorreu-me reflectir sobre um dos seus maiores símbolos. Não estou a falar nem das filhoses nem da reposição do “Sozinho em Casa”. Estou sim a falar do presépio.
Um presépio não é mais que um curral ou um estábulo. Basta pegar num dicionário para ver que basicamente não passa disso. Por muitos eufemismos que lhe atribuam não passa de um barraco onde todo o tipo de bicheza caga , come, mija e fode . Tudo isto decorado com montanhas de bosta e um nevoeiro de moscas que fazem parecer o Barreiro um local agradável para se viver.
A utilização deste cenário como maternidade é tão correcto e higiénico como abrir uma loja de produtos biológicos na lixeira da Amadora. O velho hábito de dar uma palmada no rabo do puto, fazendo-o chorar para que este acorde para a vida, é algo de redundante. O próprio ambiente cria a situação. Assim que um gajo nasce, é brindado com um cheiro a merda que até nos entope as narinas. Ainda por cima ainda nem sabemos falar, nem podemos libertar um palavrãozinho sequer, de modo a exprimir toda a nossa raiva. Chorar é um mínimo de indignação tendo em conta aquilo que se vive.
É acima de tudo muito azar. Um gajo que nasça num curral, perdão presépio, é muito mau presságio. É incontornável. É um abismo abaixo do limiar da pobreza. E quando se atinge este nível de degredo o que é que aparece? Caridade. No caso de Jesus Cristo apareceram os três Reis Magos. E como toda a caridade, não resolve pôrra nenhuma. Para que quer um gajo com horas de vida ouro, incenso e mirra? Se ainda trouxessem toalhas lavadas, um biberão com leite quentinho e um dvd do Noody ainda tinham alguma utilidade. E o que raio é mirra? Aposto que ninguém sabe. Receber mirra como prenda só é equivalente àqueles embrulhos que sonhamos ser um maço de notas de 500 euros e que afinal são um par de meias de lã aos losangos.
O mais curioso é que o presépio pode ser tudo isto mas onde é que é colocado? Debaixo de um pinheiro travesti e ao lado de uma mesa que tem comida suficiente para alimentar o quádruplo das pessoas presentes na sala. É gozar com os pobres, só pode. Está uma família que nem tem onde cair morta, que tiveram de ter o filho num estábulo, perdão presépio, cheios de fome com três reis que se dizem magos porque lá chegaram por ir a olhar para uma estrela, com ofertas sem interesse nenhum, e o que vêem eles durante mais de quinze dias? Gente a enfardar, a encher a pança como se não houvesse amanhã. Francamente, não se faz nem a estátuas de barro.
Um Bom Natal para todos.
De volta? De volta donde? Ao quê? E para quê? São tudo questões muito pertinentes e como tal, de forma a não deixar duvidas, deixo aqui uma série de notas para entrarmos nesta nova era num clima de amor e alegria que são duas coisas tão lindas.
O que me levou a “enterrar” este espaço de opiniões foi o sentir que já não tinha nada de relevante a dizer. Até que me apercebi que isso não é nenhum motivo válido. Pois se assim fosse nem tinha começado nestas lides. E se alguém espera encontrar, aqui por estes lados, o sentido para vida ou a verdade das coisas, pode muito bem fazer as malas e rumar a outras paragens. Porque se eu antes não tinha nada de jeito para dizer, meus caros… ainda não viram nada.
Se algum dos textos for especialmente fraquinho ou numa destas quartas-feiras eu nem me der ao trabalho de postar nada de novo, não pensem que isso me tira o sono ou que irei pedir desculpas. Nunca se esqueçam da minha regra de ouro: NINGUÉM ME PAGA PARA FAZER ISTO. Aliás, textos fraquinhos ou ausência de novidades deverá ser o mote para esta segunda série. Titulo “Velho Jarreta”, subtítulo “texto fraquinhos ou nem isso por vezes.”
Para quem já conhece este espaço não deverão ser necessárias apresentações, apenas o relembrar de que estão a perder tempo que pode ser valioso nas vossas vidas. Se este é o vosso caso deverão saltar para o parágrafo seguinte. Para todos os outros antes de mais sejam bem vindos e permitam-me que vos explique do que trata este espaço. De pôrra nenhuma. Isto é, imaginem uma ETAR mas que no fim do ciclo em vez de água limpa sai isto que estão a ler, mas sujo à mesma. Confuso? É provável, até porque não há, neste espaço, temática, interesse ou relevância possível. Há sim um chorrilho de disparates que em nada valorizam o mundo e a vossa vida. Mais uma vez sejam bem vindos.
Em relação aos comentários feitos por visitantes. Não tenho nada a ver com isso. Quem quiser escreve o que quiser que para mim é-me completamente igual. Quando comecei com este espaço tive a ingenuidade de pensar que quem fizesse comentários iria ao menos ler o respectivo texto. Mas não. Em todo o caso se há coisas que eu acho admirável neste mundo da blogoesfera é a total liberdade de opiniões e a ausência de censura. Como tal escrevam e interpretem o que quiserem mas volto a lembrar que eu não tenho nada a ver com isso.
A responsabilidade destes textos é exclusivamente minha. E ao contrário daquilo que possam pensar, não sofro de nenhuma doença do foro psicológico. Pelo menos reconhecida legalmente para efeitos fiscais.
Para finalizar fica o meu sincero desejo que este espaço vos proporcione curtos momentos de distracção e longos momentos de reflexão. Beijinhos & Abraços e para a semana cá vos espero.