Março de 2006 - Janeiro de 2009

28
Mar 07

Hoje em dia, ao folhear-mos qualquer revista de moda, apercebemo-nos que o ideal de beleza feminina é pesar menos de vinte kilos e aparentar ter menos de catorze anos. Mas nem sempre foi assim, ao longo da história o conceito de beleza foi-se alterando. Na Idade Média, por exemplo, uma gaja boa era aquela que pesava mais, cheirava pior e tinha mais pêlo que uma vaca leiteira. Os padrões aristocráticos do Barroco, com os seus espartilhos, faces pálidas e uma indumentária que quando acabasse de ser retirada já o desejo estava esbatido, são hoje considerados ridículos mas eram na altura o expoente máximo de classe. Ou o que dizer do antigo Egipto, em que se usava tanto perfume e maquilhagem que só ao lavar a cara estávamos a contaminar a totalidade do rio Nilo.

Modas à parte, será que há um padrão de beleza? Será que todos consideramos a beleza da mesma maneira? Uma pessoa bonita na China será bonita no Brasil? Se fossemos júris de um concurso de misses classificávamos as concorrentes pela mesma ordem?

Ao contrário do que possam pensar, e para espanto geral, a resposta é afirmativa. Foram feitos imensos estudos, onde se classificam as pessoas pela beleza, nas mais variadas partes do globo, atravessando culturas, religiões, raças e tudo o mais, e, numa elevada percentagem, descobriu-se que todos temos a mesma opinião, todos concordamos que o bonito é bonito e que o feio é feio. Parece difícil de acreditar não é?

Nada disto é recente, a teoria que vos apresento remonta à Renascença (não estou a falar da rádio), e tem sido aprofundada ao longo dos tempos. Todos reconhecem o quadro de Leonardo Da Vinci em que está um gajo todo nu de braços abertos com um circulo à volta. Essa imagem representa a formula matemática da beleza, a relação de 1 para 1,618. O que quer isto dizer? É a noção de simetria, de equilíbrio . Quanto mais simétrica, e respeitar a dita relação, for uma pessoa, mais bela o é.

Exemplo disso são as falanges dos dedos. Se a que está mais perto da mão tiver, imaginemos, 1,618 cm e a falange seguinte tiver 1 cm, o dedo é bonito. O mais curioso é que isto se repete vezes sem conta por todo o corpo. Comparem a altura do chão ao umbigo e do umbigo à cabeça. Vejam a largura da boca e a largura do nariz. Um dos dentes da frente e o que se encontra mesmo ao lado.

Para melhor perceberem, é como os famosos 86-60-86. Quanto mais próxima é esta relação mais equilibrado é o corpo de uma mulher. Mas esta medida é feita para passerelles e só para manequins que quando vem uma brisa mais forte levantam voo.

Mais curioso é que as referidas relações são válidas para ambos os sexos, o que define um padrão tipo. Parece frio, cientifico e nada bonito mesmo, mas que é verdade lá isso é. Esta teoria é utilizada por cirurgiões plásticos, médicos, designers, caça-talentos no mundo da moda, e todos os mais que fazem da beleza profissão.

Com tudo isto não quero que andem para aí de fica métrica em punho a classificar tudo o que mexe. Só o referi porque achei mesmo muito curioso. Até porque gostos são gostos e bonito bonito são os colhões a bater no pito.

 

 

publicado por Velho Jarreta às 00:00

21
Mar 07

Recentemente fui inquirido com esta pergunta, e aprontei-me, sem qualquer tipo de reserva, a satisfazer tal curiosidade. Imediatamente apercebi-me que não tinha resposta, em vez disso tinha sim um rol de perguntas. O mais curioso foi que me vim a aperceber que ninguém sabia responder a nenhuma delas. Apesar da variedade de questões, tudo iria centralizar-se numa só: "O que é isso de ser romântico ?".

Um começo altamente racional e cientifico será o de ver-mos o seu significado no dicionário. Ao fazermos esta pesquisa encontramos o seguinte: adj . Diz-se de quem nas ideias , no carácter ou no temperamento, revela algo de apaixonado, de nobre, de lírico , que o eleva acima do prosaico, do quotidiano .". Pronto, já era de esperar. Sim Sra. , mas que bela definição, bem bonita ah pois, que coisa linda. Poética não é? O pior é que fiquei exactamente na mesma.

Pois, assim não, vamos ver isto de outra forma. Pensemos antes nos comportamentos típicos de alguém que possamos considerar romântico . Desta forma devemos chegar ao arquétipo do verdadeiro apaixonado.

Verter uma lágrima ao ver, no cinema, uma bela estória de amor. Não, de certeza que não. A minha grande amiga Sandra chora desalmadamente sempre que vai ao cinema e nunca a vi como a típica romântica. Aquilo tanto faz estar a ver o Titanic " como o "Onde é que pára a policia?". Se estamos sentados em frente a uma tela e as luzes estão apagadas é porque é altura de puxar do lenço e chorar como se estivesse às portas da morte.

Jantar à luz das velas. Absurdo. Estar frente a frente com uma pessoa e uma série de chamas meterem-se pelo meio dá cabo da vista. Para não falar no calor, na cera a esburacar a toalha, e um fumo que não nos deixa desfrutar de nenhum paladar da refeição. Para mim comer à luz das velas só pode querer dizer que faltou a electricidade ou que, para prato principal, vamos ter fondu de heroína .

Fazer qualquer coisa que envolva o pôr-do-sol. Já alguém reparou que este é, por excelência, o momento romântico do dia? Correr pela praia ao pôr-do-sol, dar as mãos ao pôr-do-sol, comer um gelado ao pôr-do-sol, dar um beijo ao pôr-do-sol, adormecer ao pôr-do-sol PORRA . Deixem o pôr-do-sol em paz. O resto do dia também é gente. E que tal conduzir a levar com o pôr-do-sol nos olhos, sem ver coisíssima nenhuma, é uma coisa linda não é? A este ritmo aposto que até arrotar, coçar os tomates e fazer concursos de peidos é romântico desde que seja feito (lá está) ao pôr-do-sol.

Bom, acho que poderia estar aqui a repetir clichés que nunca chegaria a conclusão nenhuma. Isto é tudo muito subjectivo. O que um acha romântico outro acha lamechas, o que um acha falso outro acha sincero, o que um acha trivial outro acha especial. Logo, como não te consigo dar uma resposta, pode ser que um dia tu a dês por mim.

publicado por Velho Jarreta às 00:01

14
Mar 07

A grande preocupação que a minha tia tinha em relação ao meu futuro era que eu arranja-se uma mulher digna. Nas palavras dela: "Meu filho tem cuidado, que a maioria das mulheres são umas cabras que não têm jeito para nada e não sabem cuidar de um homem. Ai…são todas umas putas .".

Temos de contextualizar este comentário, como é obvio. É dito por uma mulher nascida no Portugal dos anos 20, bem antes da existência da pílula . Um país estritamente católico, ultraconservador , fechado em si próprio e com uma taxa de analfabetização mais elevada que o nível de rabichisse do José Castelo Branco. Apesar deste país, o mundo e as mulheres que nele vivem serem de uma realidade completamente diferente, será que as progenitoras ainda têm a mesma atitude quando toca aos seus rebentos do sexo oposto?

Os homens sei que sim. Qual é o pai de família que gosta de ver um gajo metido com a sua rica filhinha? Nenhum, a não ser que tal individuo preencha um conjunto de condições e características de tal maneira extensas e minuciosas que quando acabasse de apresentar o seu curriculum vitae o metro do Terreiro do Paço já estaria terminado. Ou então pode simplificar todo este processo desde que seja podre de rico e partilhe da mesma simpatia clubística . É que nós homens seguimos critérios muito exigentes.

Seja como for, o ser humano é sempre desconfiado quando alguém do mesmo sexo se aproxima dos seus. Os psicólogos dar-nos-ão uma teoria altamente complexa onde serão referidas expressões como "complexo de Édipo e Electra" ou "do ponto de vista psicossomático ", onde se repetirá incessantemente "segundo Freud…" e mais uma serie de referencias a autores germânicos , do século XIX, com nomes impronunciáveis , que nos deixarão exactamente na mesma. Eu não vos dou teoria nenhuma porque, primeiro não percebo nada de horta e, segundo como já o repeti vezes sem conta, ninguém me paga para isto.

O que eu vos posso dizer, isso sim tenho a certeza, é que a minha tia já morreu e faz-me muita falta porque nunca mais encontrei ninguém que me falasse seriamente sobre cabras e putas . Tirando um amigo meu que apanhou sífilis , mas isso não é bem a mesma coisa.

No fundo, independentemente dos conselhos que possamos receber, daquilo que os que nos rodeiam possam pensar ou da imagem que temos de alguém, o destino que se joga é o nosso. Somos nós que temos de decidir quem é "digno" ou não e arcar com as consequências . Se estamos certos ou errados só o futuro nos dirá e à falta de conselheiros nada melhor que seguir o coração.

publicado por Velho Jarreta às 01:28

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