Hoje em dia, ao folhear-mos qualquer revista de moda, apercebemo-nos que o ideal de beleza feminina é pesar menos de vinte kilos e aparentar ter menos de catorze anos. Mas nem sempre foi assim, ao longo da história o conceito de beleza foi-se alterando. Na Idade Média, por exemplo, uma gaja boa era aquela que pesava mais, cheirava pior e tinha mais pêlo que uma vaca leiteira. Os padrões aristocráticos do Barroco, com os seus espartilhos, faces pálidas e uma indumentária que quando acabasse de ser retirada já o desejo estava esbatido, são hoje considerados ridículos mas eram na altura o expoente máximo de classe. Ou o que dizer do antigo Egipto, em que se usava tanto perfume e maquilhagem que só ao lavar a cara estávamos a contaminar a totalidade do rio Nilo.
Modas à parte, será que há um padrão de beleza? Será que todos consideramos a beleza da mesma maneira? Uma pessoa bonita na China será bonita no Brasil? Se fossemos júris de um concurso de misses classificávamos as concorrentes pela mesma ordem?
Ao contrário do que possam pensar, e para espanto geral, a resposta é afirmativa. Foram feitos imensos estudos, onde se classificam as pessoas pela beleza, nas mais variadas partes do globo, atravessando culturas, religiões, raças e tudo o mais, e, numa elevada percentagem, descobriu-se que todos temos a mesma opinião, todos concordamos que o bonito é bonito e que o feio é feio. Parece difícil de acreditar não é?
Nada disto é recente, a teoria que vos apresento remonta à Renascença (não estou a falar da rádio), e tem sido aprofundada ao longo dos tempos. Todos reconhecem o quadro de Leonardo Da Vinci em que está um gajo todo nu de braços abertos com um circulo à volta. Essa imagem representa a formula matemática da beleza, a relação de 1 para 1,618. O que quer isto dizer? É a noção de simetria, de equilíbrio . Quanto mais simétrica, e respeitar a dita relação, for uma pessoa, mais bela o é.
Exemplo disso são as falanges dos dedos. Se a que está mais perto da mão tiver, imaginemos, 1,618 cm e a falange seguinte tiver 1 cm, o dedo é bonito. O mais curioso é que isto se repete vezes sem conta por todo o corpo. Comparem a altura do chão ao umbigo e do umbigo à cabeça. Vejam a largura da boca e a largura do nariz. Um dos dentes da frente e o que se encontra mesmo ao lado.
Para melhor perceberem, é como os famosos 86-60-86. Quanto mais próxima é esta relação mais equilibrado é o corpo de uma mulher. Mas esta medida é feita para passerelles e só para manequins que quando vem uma brisa mais forte levantam voo.
Mais curioso é que as referidas relações são válidas para ambos os sexos, o que define um padrão tipo. Parece frio, cientifico e nada bonito mesmo, mas que é verdade lá isso é. Esta teoria é utilizada por cirurgiões plásticos, médicos, designers, caça-talentos no mundo da moda, e todos os mais que fazem da beleza profissão.
Com tudo isto não quero que andem para aí de fica métrica em punho a classificar tudo o que mexe. Só o referi porque achei mesmo muito curioso. Até porque gostos são gostos e bonito bonito são os colhões a bater no pito.