Março de 2006 - Janeiro de 2009

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Mai 08
É fundamental ser-se um revolucionário em jovem para se ser um grande social-democrata em adulto.”
Pacheco Pereira – historiador, professor universitário, comentador politico e sósia de Karl Marx
Ser-se comunista com 18 anos é sinal que se tem bom coração e que se quer lutar por um mundo melhor. Ser-se comunista quando se é adulto é ser-se estúpido.”
Pedro Paixão – escritor, publicitário, professor universitário e abstémio politico
 
Na minha mocidade eu era um “camarada”. Ou esquerdalho conforme preferirem e consoante a vossa orientação politica. Apesar de nunca ter tido filiação partidária, era um apoiante de todos os partidos de esquerda.
Como um guloso numa pastelaria, gostava dos bolos todos. Uns um pouco mais, outros um pouco menos. Mas os bolos eram todos bons. Sonhava com o dia em que todos os bolos se juntassem para provocar diabetes ao grande capital e todas as suas forças opressoras. Queques com Bolas de Berlim, Pasteis de Nata aliados a Mil Folhas. Todos unidos porque a pastelaria unida jamais será vencida. Como seria de prever enjoei de tanto doce. Já chego ao ponto de beber o café sem açúcar.
Mas sejamos directos e deixemo-nos de analogias. A direita nunca me enganou. Sempre vi que era composta de falsos moralismos, de hipocrisias e agarrada a valores retrógrados que em nada fazem progredir uma sociedade.
Agora a esquerda deu-me a volta durante muito tempo. Até porque tem uma imagem muito mais apelativa. Aparenta ser mais jovem, dinâmica, progressista e detentora da verdade. Claro que não é nada disso mas não podem pedir a um jovem de dezoito anos que saiba tudo.
Embora, se lhe perguntarem ele dirá que sabe quais são todos os problemas do mundo e que tem solução para todos eles. Mais tarde ir-se-á aperceber que se calhar não tem solução imediata para tudo mas mesmo assim procura resposta. E quando crescer vai ver que não sabe nada de nada e que se está bem a cagar para isso.
Hoje em dia sou aquilo que a esquerda chama um vendido e o que a direita chama um trepador social. E posso dizer que sou a adorar cada momento.
Vejo agora que o Maio de 68 trouxe tanta mudança como o Maio de 78, 88, 98 ou 2008. Não passou de um mito romântico para fazer com que a geração que não o viveu o tenho realmente vivido.
Que o 25 de Abril será tanto “para sempre” como foi o 5 de Outubro, o 1º de Novembro ou qualquer outra comemoração perdida no tempo.
Que as pessoas não estão adormecidas nem erradas, limitam-se a encarar a crua realidade das coisas e a tentarem safar-se o melhor que podem.
Não há bons nem maus. A não ser nas estórias de encantar.
Que há mais cores que o preto e o branco.
Que se não estamos com uns podemos também não estar com outros. O que devemos sempre é estar com nós próprios.
E que se procuram a verdade não será nem esquerda nem direita nem acima nem abaixo que vos dará a resposta. Também não olhem para mim porque não faço a mínima ideia e nem quero fazer. Se queres saber alguma coisa olha para ti próprio e pode ser que aprendas algo. Vais ver que não há melhor professor.
publicado por Velho Jarreta às 00:36

comentário:
E hoje? sobre o que pdemos lutar?
ainda é possivl ser comunista vendo a china querendo engolir os países capitalistas?
tomcoyot@gmail.com a 10 de Maio de 2008 às 21:06

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