E cá estamos nós de novo. De volta da embriaguez colectiva do reveillon e dos já esquecidos projectos futuros. Entrámos, não numa nova era como muitos previam, mas sim, na vida que todos conhecíamos anteriormente. Como podem reparar à vossa volta, está tudo na mesma. Moram e trabalham no mesmo sítio, conhecem as mesmas pessoas e garanto-vos que assim irão ficar. Pelo menos nos próximos tempos.
Antes de me alongar mais na conversa, quero começar por vos desejar um mau e fatídico ano. Que esta época vos traga toda a espécie de infelicidades que jamais possam imaginar. Porquê? Ainda perguntam porquê?
Está uma linda manhã de Inverno. Um frio do caralho, chove a cântaros, uma humidade que rebenta a escala de um barómetro e ainda perguntam porquê? Mas não, não é disso. Embora este tempo em nada melhore o meu, e acredito que o vosso, estado de espírito. A razão é outra.
Todos os anos montes de gente vos desejam um feliz ano novo. E o que é que isso vos trouxe? Lá está. Rigorosamente nada. Isso nunca irá influenciar o vosso futuro. E garanto-vos que a esmagadora maioria das pessoas que vos disse isso está-se completamente a cagar para vocês. Por tudo isto vamos começar este ano com uma nova atitude.
Esperar ansiosamente que este seja o pior ano das nossas vidas. Que qualquer um dos dias com o selo 2009 sejam piores do que qualquer coisa que nos tenha acontecido ou que sejamos capazes de imaginar. Assim se tivermos algo de bom, sempre poderemos dizer que desta vez as coisas até que estão bem melhores do que aquilo que esperávamos. Não confundam com pessimismo. Pensem antes que não duram para sempre.
Eu por mim estou decido. No primeiro dia do ano fiz três décadas de existência. Já foi uma meta bastante ambiciosa, que nunca esperei atingir. A partir de agora o que vier é por excesso. Estou pronto para morrer a qualquer momento. Mas até lá…até lá quero aproveitar tudo aquilo que posso. Já que está pago ao menos que se aproveite. Mas de uma forma mais calma e moderada. Agora sou um trintão. Cada idade exige que nos comportemos de determinada maneira. Mas como tiver de ser, longe de mim interferir com o destino.
É dito que só vale a pena escrever sobre duas coisas. Sobre a Morte e sobre o Amor. Escrito, falado ou vivido, estou pronto para ambos. Seja a história trágica ou magnânime o importante é que o seja. Bem vindos de volta à realidade que a montanha russa está prestes a começar mais uma volta.